sábado, 22 de agosto de 2009

4 - Teoria dos Mercados Eficientes

Esta teoria oferece uma das visões mais verdadeiras do mercado. Ela afirma corretamete que os mercados refletem a inteligência de todos os membros da multidão, vemos isso claramente na atual crise econômica mundial, mas incorre em erro ao assumir que os investidores são seres humanos racionais, sempre dispostos a se esforçar ao máximo para aumentar os ganhos e diminuir as perdas. Isso, como podemos ver atualmente, não é uma verdade absoluta.
Tendo invista um dos pilares da crise atual, onde, em busca de retornos cada vez mais altos, as grandes empresas financeiras e seus investidores, arriscaram mais do que o necessário, para se proteger das perdas e possíveis quebras.
A maioria dos investidores é racional durante o fim de semana, quando o mercado está fechado. Todos nós analisamos a situação dos papéis, criamos gráficos e analisamos as tendências, e avaliamos que é melhor comprar ou vender, onde podemos obter mais lucros e minimizar as perdas. Quando o mercado abre, todos os planos se perdem no calor das emoções, no sobe-desce dos preços.
Investir é uma atividade em parte racional e em parte emocional. As pessoas geralmente agem na base do instinto, do "achismo" ou conselho de algum "especialista", ainda que suas análises inicias apontem o contrário. Assim como no jogo de poker, um jogador vencedor, gaba-se de suas posições e vitórias, e não percebe os sinais que indicam o melhor momento para venda. O investidor receoso, que já sofreu perdas expressivas, torna-se excessivamente cauteloso. Assim que suas ações caem um pouco, ele vende, não respeitando suas próprias regras de stop. Quando as ações sobem, superando os lucros previstos, ele não agüenta e vende ao menor sinal de queda, para depois recomprar acima do seu ponto de entrada inicial.
Agora, pare e pense, se isso já não aconteceu com você mesmo ou algum conhecido seu.
Seguindo o exemplo, a ação pára e cai, enquanto ele fica observando, primeiro na expectativa da reversão, depois congelado pelo horror, enquanto os preços despencam. No final, não resistindo mais a dor e vende com prejuízo, quase no fundo do poço.
Confesso a vocês que eu já fui vítimas deste mal por várias vezes.
O que há de racional neste processo? O plano original de comprar pode ter sido inteligente, mas sua atuação criou uma tempestade emocional.
Os investidores emocionais não buscam seus melhores retornos a longo prazo. Estão ocupados curtindo a adrenalina ou se contorcendo de medo. Os preços refletem o comportamento inteligente dos investidores racionais, assim como repercutem o desespero da massa.Quanto mais ativo o mercado, mais os investidores se tornam emocionais.
Os mercados são mais eficientes nos períodos de tranquilidade, com tendências claras e bem definidas.Tornam-se menos eficientes a medida que as pessoas ficam mais emocionais. É mais difícil ganhar dinheiro quando o mercado está tranquilo, pois os outros investidores também estão tranquilos. Os investidores racionais, que controlam suas emoções, podem ganhar dinheiro, ao manterem a calma e seguirem as suas regras.
O investidor maduro ganha dinheiro em cima da teoria dos mercados eficientes, pois a maioria das pessoas, quando se trata de dinheiro, agem somente pelo lado emocional, seguindo o modelo de manadas. O investidor inteligente aproveita as brechas criadas pela teoria dos mercados eficientes, por enteder que a maioria das pessoas são movidas pela emoção, e não pela razão.

Uma crise contra a hipótese de mercados eficientes, em favor do debate de teorias

Eugene Fama e Kenneth French ajudaram a consolidar a hipótese dos mercados eficientes em seus estudos no início da década de 1970. Embora ainda dominantes na teoria das decisões financeiras, as ideias da Universidade de Chicago ganharam questionamento desde o estouro da crise em 2007. Seu pressuposto básico é respeitado desde sua criação. Mas o momento atual pede para rever alguns conceitos.
A proposição de racionalidade dos mercados sugere que todas as informações disponíveis estão incorporadas nos preços, fator que torna os movimentos de curto prazo meramente aleatórios. Por isso seria ingênua a tentativa de bater o mercado de forma consistente, o que associa Fama e French ao desenvolvimento da famosa estratégia de buy and hold.
Como os mercados seriam eficientes, a estratégia de comprar determinado ativo e segurá-lo por algum tempo apareceria como a mais (ou a única) razoável. Diversos investidores fizeram fama e fortuna partindo de princípios como este.
Sábios?
No entanto, tal atuação na precificação dos ativos deixa algumas dúvidas. Seguindo a hipótese de que os mercados são eficientes, as chamadas bolhas não se formariam; ou então não durariam por muito tempo.
Transportando o caso para o cenário atual de crise, a hipótese ganha argumentos contrários com a avalanche que derrubou os preços dos ativos na segunda metade do ano passado.
O petróleo é bom exemplo. A cotação do barril passou de US$ 145 para US$ 30 em cerca de seis meses, oscilação tão abrupta que traz à mente a ideia de que havia ou há participação de capital especulativo nos preços, compondo preços inflados e longe de seus fundamentos - uma bolha. Grosso modo, esta situação remete aos estudos das finanças comportamentais, que associam boa dose de psicologia às decisões do investidor.
A irracionalidade das emoções
O debate foi reacendido por matéria da revista The Economist, que cita que "há evidências de que perdas podem tornar os investidores extremamente, e irracionalmente, avessos a risco - exagerando a queda dos preços quando uma bolha estoura". Mais um argumento para se respeitar, mas contrário a um contexto de mercados completamente eficientes.
O estudo das finanças comportamentais de certa maneira não ignora o fato de boa parte das decisões serem tomadas de forma racional. No entanto, aponta que as decisões emocionais também precisam ser consideradas, senão os modelos econômicos não serão bem sucedidos em sua tentativa de explicar o comportamento dos mercados.
Um paradoxo, um meio-termo
No debate entre as teorias, a matéria da Economist cita duas vertentes: o paradoxo de Stiglitz e a hipótese de mercados adaptativos, de Andrew Lo. A primeira bate diretamente na suposição de que as informações disponíveis estão completamente embutidas nos preços.
Como o custo de obtenção das informações não é incluído na precificação dos ativos e todas as informações disponíveis já estão incorporadas, não haveria incentivo para a busca de novas informações, o que por si só revela uma ineficiência do mercado.
Na mesa de discussões, chama atenção a proposta de Andrew Lo. Basicamente, um meio termo com traços de influência da teoria da evolução. Para a hipótese dos mercados adaptativos, Lo considera que os agentes não são racionais nem emotivos por inteiro em suas decisões e, como o contexto do mercado muda, estes agentes acabam cometendo alguns erros enquanto não se adaptam à nova realidade. É o processo de tentativa e erro montando as estratégias de investimento.

7 comentários:

  1. Gostei do tema e pelo jeito que foi abordado. Os artigos foram bem escolhidos.
    Elis

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  2. Mostra o quanto é necessário, porém difícil ser racional, principalmente em determinadas situações.
    Sammyr Rodrigues

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  3. A "Teoria dos Mercados Eficientes" mostra que devemos agir com bastante tranquilidade diante o mercado para atingirmos o sucesso, deixando de lado as emoções e controlando o instinto.
    Welington Junior

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  4. Este artigo mostra que devemos ser racionais e flexiveis para que consigamos acompanhar as mudanças no mercado que são cada vez mais frequentes.
    Jorge Alan P. Cylindro.

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  5. Os artigos foram detalhados e explicados de forma correta. Mostra a racionalidade e a flexibilidade. Gostei muito!
    Adryelle Mangabeira Querino

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  6. Para que o mercado seja eficiente as pessoas devem agir através da razão e não pela emoção pois assim se evitará a abertura de possiveis brechas e o investidor racional e inteligente alcançará seus objetivos.

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  7. MUITO INTERESSANTE... DEVE-SE MANTER A CALMA MEDIANTE AS CRISES, SEGUINDO AQUILO QUE SE ACREDITA SER O CERTO MESMO QUE MUITOS DIGAM QUE NÃO... O MERCADO DEVE SER VISTO COM PLENA RACIONALIDADE E DEVE-SE DEIXAR A EMOÇÃO PARA OBTER LUCROS E SER EFICIENTE

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